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Alex Somervell

Tradução: Gabriela Cavalheiro

Porto Alegre, 12 de junho de 2014. A longa espera de quatro anos teve seu fim. O grande dia finalmente chegou. Foi no dia 12 de junho, às 14h30, exatamente uma hora e meia 1h30 antes da grande inauguração da Copa do Mundo. Um dia marcante, em todos os sentidos, para o Brasil e o seu povo. Em Porto Alegre, pessoas de todo o estado do Rio Grande do Sul, ou como eles são chamados: “gaúchos”, estavam nas ruas vivendo um momento histórico. O povo, com o seu fanatismo estampado nas famosas cores verde e amarelo, estava ansioso por presenciar o jogo inaugural na FIFA FanFest.

 

 

 

E então chegou o momento da grande abertura da Copa do Mundo FIFA 2014. O evento, televisionado mundialmente, foi testemunhado de uma forma um tanto quanto diferente na FanFest de Porto Alegre.

 

Aqui, o tradicional canto e dança da cultura gaúcha representaram um povo rico em história e diversidade cultural. Um orgulho regional que não se dissipa mesmo durante um dos mais importantes eventos nacionais de todos os tempos. O perfeito exemplo disso foi o contraste entre a sincera execução do hino rio grandense antes da indiferente participação do povo no hino nacional brasileiro.

 

Este forte orgulho tem raízes em um relacionamento conturbado, historicamente e culturalmente, entre a região e o Brasil. O ápice disto foi quando os gaúchos tiveram sucesso em uma rebelião contra o governo brasileiro durante a Guerra dos Farrapos (1835 – 1845) e aproveitaram nove anos de independência do seu soberano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Nós somos mais gaúchos do que brasileiros”, disse um espectador radiante de orgulho ao som do hino regional.

 

Após o término do hino, a partida teve início com grande animação por parte da exuberante torcida. No entanto, com o time da casa não jogando muito bem, o desconforto começou, ao mesmo tempo em que o time croata ia pressionando. A multidão ficou chocada quando a Croácia fez 1-0 após apenas 11 minutos de jogo, com um gol contra feito pelo azarado Marcelo.

 

O silêncio naquele momento foi ensurdecedor, o país inteiro ficou estupefato. Mesmo com os replays mostrando que o gol não foi culpa do jogador, a massa não aparentava nem um pingo de compreensão.

 

Apesar disto, os medos foram dissipados rapidamente quando Neymar recebeu a bola de Oscar antes de correr em direção ao time inimigo, dando um chute rasteiro de dentro da grande área, com a bola acertando a trave antes de entrar na goleira. E o pandemônio se seguiu. A câmera seguiu Neymar conforme ele violentamente desabafava sua raiva, enquanto a torcida aliviada berrava de emoção.

 

 

 

 

Não demorou muito para que eles comemorassem novamente, desta vez com o inevitável gol que os faria ganhar o jogo em que, novamente, Neymar conseguiu colocar a bola no fundo da rede. Porém, desta vez o gol veio através de uma cobrança de pênalti um tanto quanto controverso. Mas isso não foi problema para a torcida, que foi à loucura enquanto seu time liderava pela primeira vez. Mais tarde, aos 89 minutos, Oscar selou a vitória, dedicando o gol à sua namorada, lembrando o dia dos namorados em solo brasileiro. Os cinco minutos adicionais não foram nada além de formalidade, conforme o resultado final ficou em 3 a 1, com uma vitória brasileira na inauguração do campeonato.

 

 

 

 

 

O sentimento pós jogo foi mais de alívio do que alegria e de um claro desapontamento com a performance geral do time, apesar de felizes independente do resultado.

 

Não foi exatamente samba, mas foi bom o suficiente para o momento. Como será que o Brasil irá reagir caso a sua seleção continue sem impressionar? Vamos esperar para ver.

 

 

 

 

 

Inauguração da Copa do Mundo FIFA traz união entre diferentes nacionalidades, protestos e agitação à cidade de Porto Alegre.

Cores, nacionalidades e emoção: A Abertura da Copa do Mundo

 

Otimistas, os torcedores brasileiros caminharam lado a lado com pessoas de dezenas outras nacionalidades, cujas bandeiras voavam altas no céu, formando uma colagem multicultural, multicolorida e multilinguística. Todos estavam ali com um único objetivo: assistir as melhores seleções competindo entre si no maior evento futebolístico do mundo. E tudo isso na casa do próprio país do futebol.

 

Por outro lado, a presença da polícia na cidade conta uma história diferente. Helicópteros cobriram os céus e a polícia montada monitorou as ruas congestionadas pelo tráfego, enquanto carros buzinavam frustrados com a demora e o atraso da tão ansiosa hora, em que poderiam assistir o tão esperado jogo.

 

A falsa ilusão de segurança foi destruída no momento em que lixeiras foram incendiadas e um grupo de mais de 400 pessoas rapidamente quebraram janelas de bancos causando caos. Logo em seguida, policiais militares chegaram para desviar o trajeto do protesto e evitar maiores problemas, pelo menos temporariamente.

 

 

 

 

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